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Em função do amor do outro

Talvez a primeira e mais importante necessidade do ser humano é a de ser amado. O amor nos leva à plenitude de vida, tanto quando amamos, quando somos amados e aceitos. Precisamos sim ser amados! Mas essa busca não pode nos colocar na dependência de outra pessoa.

Buscar o amor como complemento da vida é diferente de buscar no amor a razão para seu propósito. Ninguém consegue viver uma relação tão exigente capaz de suprir uma demanda como esta. Busque o amor que lhe supre, lhe inspire e motive a seguir em sua caminhada, mas jamais faça deste relacionamento seu propósito final.  Ele é constituído de um fio muito fino e não suportaria tamanha responsabilidade.

Uma relação de amor e companheirismo se sustenta com naturalidade se trilhar caminhos na coincidência do paralelo de nossas trajetórias e não na total negação ou devoção a uma trajetória que não é nossa. O motivo de tanta frustração nas relações em busca do amor é que ele se torna um fim em si mesmo, não um meio para adoçar nossa caminhada. Um elo que faz a vida, em seus relacionamentos, ter um sentido maior e além de si próprio.

O amor é a graxa para o desprendimento da engrenagem da vida. É ele que faz uma mãe dar sua vida pelo filho, que gera motivação e força para os pais os protegerem, indo ao limite de seus sacrifícios. O amor é o elo da vida! Sem amor, apenas vagamos na existência humana. Não temos nosso porto seguro, nosso destino final.

Mas é preciso entender que ele é uma via de mão dupla. Ninguém detém o amor incondicional, só Deus. Ninguém consegue viver e expressar o amor unilateralmente. Tal ideia é bastante bela e nobre, mas irreal na prática humana. Não busque uma relação assim, nem se entregue a uma expectativa como esta, pois no fim ela será insustentável para você.

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