Durante o depoimento de Nelcilene Reis, ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, registrou-se um incidente em que a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, pareceu tentar intimidá-la.
“Essa sessão é nula para efeito de investigação, criminalização e do relatório da CPI do MST”, explicou Gleisi. “Ou o senhor presidente, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-SP), torna nula essa sessão e, consequentemente, o depoimento da senhora, ou a convidada se transforma em testemunha. Assim, tudo o que ela disser tem que ter responsabilização. O que está acontecendo aqui é muito grave. As pessoas estão imputando a outras crimes. Imputar crime, sem provar que é crime, é crime também. A senhora vai responder por aquilo que não pode comprovar. Assim como os deputados que estão fazendo o mesmo. Não podemos imputar crimes sem provas.”
Durante o depoimento de Nelcilene Reis, ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, expressou sua preocupação de que os membros da comissão da oposição estavam buscando criminalizar o MST. Além disso, Hoffmann ofereceu um “conselho” à ex-integrante do movimento, sugerindo que seria mais digno se ela deixasse a terra que havia sido conquistada pelo MST.
Logo após, o deputado petista Nilto Tatto (SP) utilizou seu tempo para questionar Nelcilene sobre a associação dos produtores rurais que ela e seu marido, Ivan Xavier, lideram. Tatto procurou entender o motivo pelo qual a associação cobra uma taxa mensal de seus membros.
Nelcilene confirmou a existência da taxa, mas explicou que todo o dinheiro arrecadado é integralmente utilizado para pagar um advogado que defende o grupo. A associação permanece na terra que foi invadida pelo MST.
Além disso, Tatto mencionou que Xavier foi condenado pela Justiça por tentar agredir um invasor que morava na mesma localidade. Por fim, o casal decidiu se retirar da CPI do MST antes do término, alegando que se sentiram “agredidos” pelos deputados governistas.