Olá Pessoal, tudo bem com vocês?
Ontem, em um relance assistindo TV passando por vários canais, parei em um que não recordo bem por algo que me chamou a atenção. A reportagem consistia em uma pessoa famosa, caracterizada de mendigo, pedindo na rua por comida e remédio. Até aí ok, sem problema algum, nada de anormal. Mas em um determinado momento ela abordou um desses “pregadores do evangelho” que ficam com seus microfones e caixas amplificadas praça a fora nesse Brasil todo.
– Moço o senhor poderia me dar um pão, estou com fome!
– Por acaso eu sou padeiro para te dar pão?
– Mas, o senhor não está falando de Deus, do amor dele?
– Quem lhe disse que por estar falando de Deus eu tenho a obrigação de lhe dar pão?
Obviamente isso não pode ser generalizado, não tenho dúvida que casos assim são isolados. Mas, me lembro de Jesus quando dizia;
“porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me”. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos?
Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te?
“E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.” Mateus 25.35-45
Relacionar-se com Deus e não preocupar-se com o próximo em nenhuma instancia, acredito ser o mais elevado índice de demagogia de um cristão. Quero parafrasear uma frase de Carlinhos Queiroz que diz;
“A falta de pão na mesa do pobre pode ser uma denúncia da falta de espiritualidade no altar dos cristãos.”
Reconhece que a responsabilidade das diferenças sociais tem inúmeros fatores, politico e tantos outros. Mas como igreja que recebeu dos céus o batismo do amor, a manifestação do amor e não se tornar relevante e se compadecer dos que perecem soa até irônico.
Pai Nosso é a oração pelo pão de cada dia do outro. É a oração que muda a concepção fundiária e subverte a noção de rede ou posse dos bens. Portanto, é muito mais do que um jeito de orar – é, de fato uma maneira de se viver. Preciso viver motivado pela sensibilidade e compaixão em repartir o pão dos céus e o pão da terra.
O número de cristãos cresce nessa nação alinhada ao assustador índice de pobreza, fome e violência. Vamos gastar tempo, parando um pouco fazendo uma viagem pra dentro de nós, refletindo sobre a falta da espiritualidade em nosso altar.
Think about!
Abraços
Fabrício Tarles.