Temos observado que a juventude cristã pós-moderna é muito envolvida consigo mesma. Essa geração de pós-adolescentes, digo isso porque a pós-modernidade não gera adultos e sim, pós-adolescentes. Eles gostam muito das músicas, dos cantores, vários deles sem dúvida, homens e mulheres de Deus, com músicas que de fato adoram de forma vertical. Gostam dos acampamentos, das “unções” geradas a partir das orações feitas, dos ambientes gerados. O que há de errado em tudo isso? De certa forma quase nada. Contudo a bíblia nos diz algo fabuloso em João 4;
“O Pai, procura verdadeiros adoradores…”
Já parou pra pensar, na profundidade que há por trás dessa simples frase? Já parou para reler e conectar todas essas palavras, Procurar, Verdade, adoração?! Acredito que a procura do Eterno, não se baseia em uma geração frenética e desejosa por movimentos, por arrepios e entretenimento cristão.
Você que gosta um pouco de história, mitologia grega, já deve ter lido, ouvido em algum momento sobre Narciso. Segundo o mito, Narciso um jovem dotado de muita beleza, filho dos deuses Cefiso e ninfa Liríope, dias antes do seu nascimento resolveram ir ao oráculo saber sobre a vida do filho que chegava. Então resposta foi que ele teria uma vida longa desde que jamais visse seu próprio rosto. Bonito e arrogante, rejeitava todas as ninfas que o queriam, as rejeitadas foram atrás de sua vingança, então narciso foi “condenado” por uma deusa a apaixonar-se por si mesmo. Então ao deitar-se no banco do rio viu seu reflexo se encantou e definhou. O que isso tem a ver com a jornada da juventude pós-moderna? Tudo eu diria! Em um tempo de amor egoísta, egocêntrico, satisfação pessoal, busca de si mesmo, não temos como não pensar nisso. Mesmo as músicas dentro de nossas comunidades de fé, permeiam em todos dos homens. Nosso evangelho está antropocêntrico excessivamente, talvez parta daí a necessidade da reflexão do texto acima.
Ao procurar adoração genuína, ou seja, vida com sinceridade, Deus está nos concedendo uma oportunidade de introspecção para reavaliar os passos, nos apontando o caminho. Ao adora-lo em verdade, estamos renunciando uma vida de tédio, e mergulhando em compreensão gradual de quem Ele é, e a partir dessa dimensão mudarmos a perspectiva a cerca da nossa própria existência e podemos dizer como João Batista, é necessário que Ele cresça e eu diminua.
Minha oração tem sido a descentralização de mim mesmo, permitindo Deus moldar meu temperamento, meu caráter, minha vida como um todo. Abrindo mão de tempo com aquilo que é fútil com aquilo que é superficial para estar no lugar secreto. Acredito que Ele esteja procurando pessoas que tenham mais prazer no lugar secreto do que em outros lugares.
Só é possível conhece-lo mais, a partir de relacionamento continuo. CONHEÇAMOS E PROSSIGAMOS EM CONHECÊ-LO E ADORA-LO!
Grande Abraço.
Fabrício Tarles.