{"id":15816,"date":"2019-08-06T15:18:40","date_gmt":"2019-08-06T18:18:40","guid":{"rendered":"https:\/\/gospelpbs.com.br\/?p=15816"},"modified":"2019-08-06T15:19:02","modified_gmt":"2019-08-06T18:19:02","slug":"a-origem-do-declinio-dos-dons-espirituais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/gospelpbs.com.br\/a-origem-do-declinio-dos-dons-espirituais\/","title":{"rendered":"A origem do decl\u00ednio dos dons espirituais"},"content":{"rendered":"
\u00c9 praticamente unanimidade entre os historiadores do Cristianismo que a crescente institucionaliza\u00e7\u00e3o da Igreja foi acompanhada pelo desaparecimento dos dons espirituais, especialmente o de profecia, que \u00e0 \u00e9poca era tido como um of\u00edcio tal como o de bispo e pastor, segundo o professor James L. Ash, Jr.<\/p>\n
Institucionaliza\u00e7\u00e3o, aqui entendida, \u00e9 a \u00eanfase demasiada na organiza\u00e7\u00e3o que, por sua vez, provoca a hierarquiza\u00e7\u00e3o, em detrimento de outros aspectos, inclusive os espirituais da igreja.<\/p>\n
H\u00e1 um brilhante livro escrito por Adolf Harnack, delineando claramente esse aspecto e demonstrando todas as conex\u00f5es dos fatos que levaram ao decl\u00ednio do dom de profecia desde o per\u00edodo da igreja primitiva. N\u00e3o apenas Harnack, mas outros historiadores protestantes do dogma, ligam o desaparecimento do of\u00edcio de profeta com a evolu\u00e7\u00e3o da teologia can\u00f4nica.<\/p>\n
Hoje o ambiente crist\u00e3o protestante est\u00e1 com opini\u00f5es polarizadas sobre esses assuntos, da\u00ed a import\u00e2ncia de deixar evidentes os pressupostos que ser\u00e3o tratados. H\u00e1 por um lado, o justo temor dos pastores em verem seus cultos tornarem-se num caos generalizado, com a liturgia sendo interrompida a todo tempo por \u201cprofetas\u201d \u2013 mais \u00edntimos com o Eterno que eles pr\u00f3prios \u2013 querendo entregar mensagens mais importantes que a sua ao rebanho. Por outro lado, os membros que sentem cada vez mais acuados diante da teologia racionalista, apontando para um Deus idealizado, numa submiss\u00e3o constrangedora \u00e0 filosofia e ideologias contempor\u00e2neas, que v\u00eam sendo divulgadas e abafam, sobremodo, os dons espirituais.<\/p>\n
Assim como h\u00e1 um \u00e1rduo caminho para algu\u00e9m se tornar pastor, tamb\u00e9m o havia para o profeta. Ambos, em tese, falam em nome de Deus. Nos livros de Samuel (1Sm 10:11) e Reis (2 Rs 4:38), do Antigo Testamento temos exemplos da escola de profetas. Portanto, profetizar era algo que estava sujeito a educa\u00e7\u00e3o, ao aprendizado. Profeta, no contexto das passagens citadas, era um of\u00edcio exercido \u2013 aprendido e exercitado praticamente em p\u00e9 de igualdade com as lideran\u00e7as das congrega\u00e7\u00f5es \u2013, distinto de como entendemos hoje\u00a0\u00a0o dom de profecia.<\/p>\n
Quanto ao pastor, para a igreja contempor\u00e2nea, \u00e9 praticamente quest\u00e3o fechada entre as denomina\u00e7\u00f5es que ele curse Teologia, que contemple uma grade m\u00ednima de disciplinas para capacit\u00e1-lo e situ\u00e1-lo na realidade da igreja e da sociedade em que vive. Ambos t\u00eam a responsabilidade de entregar mensagens que norteiam a Igreja nessa terra. Se ponderarmos no quesito fun\u00e7\u00e3o e pap\u00e9is determinados, veremos que a autoridade e a lideran\u00e7a em conduzir o rebanho est\u00e1 com o pastor; ao profeta, no contexto contempor\u00e2neo e relativo ao dom e n\u00e3o mais ao of\u00edcio, cabe anunciar \u2013 apenas quando houver o que anunciar \u2013 a mensagem \u00e0 Igreja, que obviamente deve estar em perfeita harmonia com as Escrituras Sagradas. Disputar espa\u00e7o e holofote com pastor n\u00e3o \u00e9 fun\u00e7\u00e3o de profeta, muito menos entregar profecias a granel de assuntos corriqueiros em reuni\u00f5es feitas \u00e0 sombra da lideran\u00e7a.<\/p>\n
Para o devido entendimento desse dilema, \u00e9 preciso ter em mente que h\u00e1 diferentes tradi\u00e7\u00f5es no seio da Igreja que interpretam de maneiras distintas a profecia e os dons espirituais. De ambos os lados h\u00e1 nomes de peso. Por\u00e9m esse artigo vai em outro vi\u00e9s; antes se restringe unicamente a expor os fatos limitados a suposta origem, que determinaram o decl\u00ednio dos dons espirituais e do of\u00edcio de profeta, do que comparar interpreta\u00e7\u00f5es sobre os dons e tomar partido na quest\u00e3o.<\/p>\n
A institucionaliza\u00e7\u00e3o da Igreja primitiva, avan\u00e7ou muito como uma resposta contra a persegui\u00e7\u00e3o do estado e contra as heresias tais como o gnosticismo e o marcionismo. Reagindo contra esses inimigos, a Igreja formalizou o culto e centralizou o poder nos bispos. Desafortunadamente, esse movimento em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 organiza\u00e7\u00e3o estrutural, trouxe consigo uma mudan\u00e7a sem\u00e2ntica no significado da palavra \u201cbispo\u201d.<\/p>\n
A palavra bispo \u00e9 derivada do grego ep\u00edskopos (\u1f10\u03c0\u03af\u03c3\u03ba\u03bf\u03c0\u03bf\u03c2). Na sua forma verbal significa vigiar ou supervisionar. Essa palavra n\u00e3o \u00e9 restrita ao Novo Testamento e foi vastamente empregada pela cultura\/literatura greco-romana do primeiro s\u00e9culo para indicar indiv\u00edduos com fun\u00e7\u00f5es de tutores, inspetores, vigilantes e ou superintendentes. Na igreja apost\u00f3lica, a palavra foi usada para designar aqueles que ocupavam fun\u00e7\u00e3o de supervisionar outros indiv\u00edduos em fatos relacionados a igreja. Em Atos 20:17,28 e Tito 1:5,7 descreve os mesmos indiv\u00edduos que eram conhecidos por bispos, como sendo tamb\u00e9m os mais velhos (anci\u00f5es), de quem se esperava tamb\u00e9m que pastoreassem o rebanho.<\/p>\n
Com a crescente \u00eanfase na estrutura organizacional, os bispos foram separando-se em congrega\u00e7\u00f5es distintas e tornando cada vez mais prestigiados e poderosos. Essa mudan\u00e7a surge nos escritos de In\u00e1cio, bispo de Antioquia, em meados de 110 D.C., j\u00e1 preocupado em defender e promover a autoridade e prest\u00edgio dos bispos contra os hereges. Na Ep\u00edstola aos Esmirniotas, ele vai declarar que \u201capenas essa Eucaristia que est\u00e1 sob o bispo ser\u00e1 considerada v\u00e1lida\u201d. Tamb\u00e9m asseverava que al\u00e9m do bispo, n\u00e3o h\u00e1 legitimidade em batismos e casamentos. Em outra ep\u00edstola, a do Tr\u00e1lios, chega a admoestar que \u201cn\u00e3o se fa\u00e7a nada sem o bispo\u201d.<\/p>\n
A Hist\u00f3ria demonstra que a tend\u00eancia de institucionalizar a fun\u00e7\u00e3o do bispo, iniciada com In\u00e1cio, permaneceu e culminou no eclesiasticismo \u2013\u00a0Afei\u00e7\u00e3o excessiva a formas, m\u00e9todos e pr\u00e1ticas eclesi\u00e1sticas, Dic. Michaelis<\/em>\u00a0\u2013 e no estabelecimento do episcopado mon\u00e1rquico. Houve a partir daqui, uma valoriza\u00e7\u00e3o cada maior das pr\u00e1ticas eclesi\u00e1sticas em detrimento das experi\u00eancias espirituais e pessoais.<\/p>\n Tamb\u00e9m significativo, \u00e9 que as manifesta\u00e7\u00f5es espont\u00e2neas do Esp\u00edrito Santo se tornassem cada vez menos desejadas e aceitas pelas autoridades eclesi\u00e1sticas, a saber os bispos. A solu\u00e7\u00e3o proposta por James L. Ash, Jr. para o questionamento de que os dons foram superados com o estabelecimento do c\u00e2non do Novo Testamento \u00e9 que \u201cos bispos, e n\u00e3o o c\u00e2non, rejeitaram a profecia\u201d. A autoridade de falar \u00e0 Igreja em nome de Deus \u00e9 deslocada para aquele que ocupa o cargo de bispo e n\u00e3o mais naquele que foi agraciado com o dom espiritual, ou mesmo aqueles que exerciam o of\u00edcio de profeta.<\/p>\n A tens\u00e3o gerada pela oposi\u00e7\u00e3o dos que pretendiam a continuidade da liberdade do Esp\u00edrito, contra os que defendiam a emergente organiza\u00e7\u00e3o estrutural \u00e9 tema ainda aberto, desde aquela \u00e9poca. H\u00e1 inclusive, a eminente escritora, soci\u00f3loga e pesquisadora do Movimento Pentecostal norte-americano Margaret M. Poloma, que destaca em seus livros essa mesma tens\u00e3o aos quais ela nomeia por dilemas. Inclusive h\u00e1 um livro seu que trata desse dilema que perdura no meio evang\u00e9lico, visto pela perspectiva das Assembleias de Deus nos EUA (The Assemblies of God at the Crossroads: Charisma and Institutional Dilemmas<\/em>).<\/p>\n A liberdade e espontaneidade do Esp\u00edrito Santo foram vencidas pelo formalismo ritual\u00edstico. No seu livro \u201cHist\u00f3ria do Pensamento Crist\u00e3o\u201d, Paul Tillich, te\u00f3logo alem\u00e3o lamenta que a institucionaliza\u00e7\u00e3o tenha vencido a liberdade do Esp\u00edrito. O passo seguinte dessa op\u00e7\u00e3o feita pela Igreja, agora determinava que os l\u00edderes que ocupavam os cargos de bispos n\u00e3o careciam mais dos dons espirituais para exercer tais cargos; ao mesmo tempo arrogavam para si exclusividade na comunica\u00e7\u00e3o e como representantes da vontade de Deus.<\/p>\n Essa tens\u00e3o se tornou evidente quando Montano come\u00e7ou a defender a import\u00e2ncia dos dons espirituais na Igreja, especialmente o de profecia.<\/p>\n Um detalhe importante sobre os textos redigidos pelo bispo In\u00e1cio de Antioquia, defendendo a supremacia do episcopado era que ele tamb\u00e9m era profeta. Portanto, esses documentos eram dirigidos aos seus pares, pois ele tamb\u00e9m exercia, nessa \u00e9poca, o dom de profecia, concomitante com o de bispo. H\u00e1 um texto dele na Ep\u00edstola aos Filadelfos que diz:\u00a0\u201cGritei enquanto estava com voc\u00eas. Falei com grande voz, com a pr\u00f3pria voz de Deus. \u2018Deem aten\u00e7\u00e3o ao bispo, ao presbit\u00e9rio e aos di\u00e1conos\u2019. Mas alguns suspeitaram de mim por dizer isso, porque eu teria conhecimento pr\u00e9vio da divis\u00e3o de algumas pessoas; mas Aquele a qual estou ligado \u00e9 testemunha por mim de que eu n\u00e3o tinha conhecimento disso da parte de nenhum ser humano, mas do Esp\u00edrito, que pregava, e dizia isso, \u2018N\u00e3o fa\u00e7a nada sem o bispo\u2019.\u201d<\/em><\/p>\n A novidade iniciada por In\u00e1cio foi a m\u00e1xima: \u201cn\u00e3o fa\u00e7a nada sem o bispo\u201d. No entanto essa asser\u00e7\u00e3o da supremacia do bispo n\u00e3o justifica por si, o desaparecimento do of\u00edcio de profeta. A fal\u00eancia do of\u00edcio, pode estar ligada a uma ideia que passa a atribuir ao bispo, tanto o dom de profecia quanto o minist\u00e9rio de bispo. Arnold Ehrhardt, argui que a partir de In\u00e1cio de Antioquia o que ocorre \u00e9 \u201cum lento amalgamento do minist\u00e9rio prof\u00e9tico com o minist\u00e9rio episcopal\u201d (The Apostolic Succession<\/em>).<\/p>\n Contribuem para esse ponto de vista, o fato de Policarpo, o m\u00e1rtir, em meados do segundo s\u00e9culo, tamb\u00e9m ser chamado de \u201cprof\u00e9tico\u201d \u2013 atribui\u00e7\u00e3o s\u00f3 aplicada a bispos respeitados pela comunidade.<\/p>\n Melit\u00e3o de Sardes era outro bispo que profetizava. Pol\u00edcrates descreve-o como \u201caquele que vivia inteiramente no Esp\u00edrito Santo\u201d. Tertuliano tamb\u00e9m afirmou que os montanistas posteriores o consideravam um profeta. H\u00e1 um inclusive uma homilia sua, \u201cSobre a P\u00e1scoa\u201d, que ao final, o Cristo Ressuscitado fala aos leitores em primeira pessoa, aludindo assim \u00e0 ret\u00f3rica prof\u00e9tica, na qual estudiosos apontam como uma linguagem ext\u00e1tica.<\/p>\n Portanto In\u00e1cio de Antioquia n\u00e3o foi o \u00fanico a reunir tanto o dom de profecia, quanto o minist\u00e9rio episcopal. Ap\u00f3s ele, o of\u00edcio de profeta foi virtualmente extinto; enquanto o dom de profecia continuou aparecendo ocasionalmente em alguns bispos.<\/p>\n Por ir\u00f4nico que possa parecer, quando In\u00e1cio profetiza, \u201cn\u00e3o fa\u00e7a nada sem o bispo\u201d e conquista aceita\u00e7\u00e3o por parte da comunidade, a autoridade e a liberdade essencial do of\u00edcio de profeta sofreram um golpe definitivo e essa profecia curiosamente contribui para a extin\u00e7\u00e3o do of\u00edcio.<\/p>\n A cr\u00edtica de In\u00e1cio arrogando poder ao bispo, era muito mais relacionada ao poder e a defesa da Igreja contra heresias que surgiam pela boca de qualquer um, desmantelando o ensinando dado \u00e0 luz das Escrituras, do que contra a profecia propriamente, visto que ele mesmo era profeta.<\/p>\n No final do segundo s\u00e9culo, Montano surgiu com a embara\u00e7osa pergunta \u00e0 Igreja: \u201cOnde est\u00e3o os profetas?\u201d Esse questionamento, obviamente, s\u00f3 tornou-se cab\u00edvel devido ao desaparecimento dos profetas, os de of\u00edcio, principalmente.<\/p>\n Montano foi um personagem pol\u00eamico do segundo s\u00e9culo, que distinguia-se pela opera\u00e7\u00e3o de sinais e maravilhas, bem como de milagres; a ponto dos seus detratores reconhecerem que \u201csua vida e doutrina eram imaculadas\u201d.<\/p>\n A interpela\u00e7\u00e3o de Montano, foi provocada pela sua preocupa\u00e7\u00e3o com o crescente formalismo adotado pela igreja e pela frouxid\u00e3o moral cada vez mais evidente e tolerada entre seus membros. Suas reivindica\u00e7\u00f5es eram que se desse a devida import\u00e2ncia \u00e0 dire\u00e7\u00e3o sobrenatural do Esp\u00edrito Santo, a uma religiosidade asc\u00e9tica e a segunda vinda de Cristo.<\/p>\n A qualifica\u00e7\u00e3o para o ministro da Igreja, segundo Montano, era, sobretudo, possuir dons espirituais ao inv\u00e9s de indica\u00e7\u00f5es para tais cargos. Seus seguidores, os montanistas \u2013 como foram chamados \u2013 eram reconhecidos por falarem em l\u00ednguas estranhas.<\/p>\n Essa \u00eanfase nos dons espirituais trouxe a Montano conflitos com os l\u00edderes da Igreja, que contestaram assegurando que o of\u00edcio eclesi\u00e1stico sobrepunha-se a qualquer dom espiritual. Tamb\u00e9m tiveram problemas na maneira como Montano e seus seguidores entregavam as profecias. Foram acusados de profetizar em estado de \u00eaxtase, embora n\u00e3o tivessem tido problemas em comprovar o conte\u00fado das profecias. Acreditavam que esse expediente de profetizar em frenesi, ou estado de \u00eaxtase, era prova da origem demon\u00edaca das mensagens.<\/p>\n V\u00e1rios s\u00ednodos posteriores censuraram Montano e seus seguidores, demonstrando assim, o impacto desconcertante que a sua pergunta causou na Igreja.<\/p>\n O apoio a Montano se alastrou pela Europa, Norte da \u00c1frica e Oriente M\u00e9dio. Eus\u00e9bio indica que Irineu foi enviado a Roma para interceder em nome dos montanistas. Tertuliano foi outro que tomou partido em favor de Montano. No seu texto \u201cContra Pr\u00e1xeas\u201d, Tertuliano chega a afirmar que o bispo de Roma reconhecia os dons de profecia de Montano. Outra afirma\u00e7\u00e3o famosa sua \u00e9 a de que Pr\u00e1xeas prestou duplo servi\u00e7o; a Roma e ao diabo: \u201cEle [Pr\u00e1xeas], destituiu a profecia e trouxe a heresia. Ele colocou em fuga o Paracleto e crucificou o Pai\u201d. Tertuliano tamb\u00e9m escreveu sete livros sobre a profecia em \u00eaxtase (ext\u00e1tica) que foram ou perdidos ou destru\u00eddos.<\/p>\n John Wesley, te\u00f3logo crist\u00e3o do s\u00e9culo 18 e quase m\u00edtico pregador, foi outro que apoiou a vis\u00e3o de Montano ap\u00f3s ler o livro de John Lacy \u201cThe General Delusion Of Christians Touch<\/em>\u201d<\/p>\n Ep\u00edlogo<\/strong><\/p>\n O grande problema em estudar o Montanismo \u00e9 que os textos dispon\u00edveis s\u00e3o apenas dos seus detratores, n\u00e3o restando os da sua defesa.<\/p>\n In\u00e1cio de Antioquia, tamb\u00e9m era profeta. N\u00e3o confirmado atrav\u00e9s dos documentos hist\u00f3ricos se de of\u00edcio ou por dom.<\/p>\n Esse dilema provocado pela exig\u00eancia, at\u00e9 certo ponto natural, da organiza\u00e7\u00e3o da igreja e ao mesmo tempo liberdade e espontaneidade do Esp\u00edrito Santo que deveria ser mantida, \u00e9 problema ainda n\u00e3o superado. \u00c9 talvez, dos maiores desafios da igreja, encontrar o ponto de equil\u00edbrio, de tal forma que possa fugir das heresias, mas n\u00e3o se tornar um clube de amigos com reuni\u00f5es p\u00e1lidas e previs\u00edveis, tratando e falando quase que de uma filosofia de vida, distante quil\u00f4metros da sua origem e voca\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Fica o texto do Apocalipse de Jo\u00e3o que parece contemporizar a profecia ao longo do tempo, na Igreja; \u201cBem-aventurado aquele que l\u00ea, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela est\u00e3o escritas; porque o tempo est\u00e1 pr\u00f3ximo<\/em>\u201d (Apocalipse 1:3).<\/p>\n Bibliografia<\/strong> \u00c9 praticamente unanimidade entre os historiadores do Cristianismo que a crescente institucionaliza\u00e7\u00e3o da Igreja foi acompanhada pelo desaparecimento dos dons espirituais, especialmente o de profecia, que \u00e0 \u00e9poca era tido como um of\u00edcio tal como o de bispo e pastor, segundo o professor James L. 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Onde est\u00e3o os profetas?<\/h2>\n
\nASH, James L.\u00a0\u00a0Jr. \u2013 \u201cThe Decline of Ecstatic Prophecy in the Early Church\u201d \u2013 Theological Studies 37 (1976).
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